Em um universo futurístico, que sofreu com inúmeras guerras e destruições, duas espécies de sobreviventes lutam em meio a muitos conflitos, ataques, mentiras, tiranias, romances, amizades, traições e mistérios. Dois jovens de realidades diferentes, Rafael — um guarda da Cidade Mecânica — e Artur — um membro dos Selvagens —, narram de forma paralela suas perspectivas enquanto enfrentam descobertas e reviravoltas. As verdades chocam-se com a realidade de ambos os lados e os jovens passam a temer o desconhecido e uma possível rebelião, que pode mudar tudo, mas também causar consequências irreparáveis. Coração Mecânico é o primeiro livro, que contará a história desse mundo envolvente, revoltante e emocionante. Nele somos levados à uma jornada de jovens que lutam pela sobrevivência e pelo direito de liberdade, abordando temas como preconceitos, autoritarismo e a busca por quem somos.
A Abaquar Cult conversou com o jovem e promissor escritor Lucas Guimarães, que conta sobre a experiência de seu primeiro livro físico publicado.
Processo de escrita:
“O processo de escrita planejado não é algo certo para mim — que eu vou ter certeza e poder contar com ele sempre. Com frequência eu apenas sento em frente ao meu computador e vou escrevendo até não conseguir mais; até eu conseguir colocar no papel tudo o que eu conseguir pensar, tudo o que eu tiver para contar. Obviamente, no processo de revisão as coisas mudam bastante: desde frases mal colocadas, palavras repetidas e algumas pontuações ou separações de parágrafos, até ideias novas e melhores, descrições de algumas coisas que deixei passar despercebidas, diálogos mais estruturados, e por aí vai.
Entretanto, às vezes — e com regularidade — as ideias vêm a minha cabeça confusas, desorganizadas e mal elaboradas demais, e consequentemente preciso pensar algo para organizá-las e assim conseguir passá-las para o papel. Às vezes escrevo uma espécie de resumo sobre a ideia em geral, outras, escrevo um pequeno roteiro sobre o capítulo ou sobre o trecho; e por último, sendo um dos métodos que eu mais uso, escrevo apenas a cena em específica, separada do restante da história, assim, com o tempo eu me permito amadurecer o trecho, mudar e adaptá-lo melhor para quando a cena for utilizada na história.”
Conquista da editora:
“Tendo uma visão de fora parece muito fácil estabelecer um contrato com uma editora e publicar um livro — bastando ter apenas uma boa história e uma escrita que destaque no meio literário. Porém as coisas são bem mais difíceis.
Além de ter uma escrita boa e uma história marcante e com potencial, você precisa correr atrás das editoras — enviar seu original para algumas de sua preferência. Mas nem todas (principalmente grandes editoras de reconhecimento) estarão dispostas a comprar a ideia de um autor que ainda mal conquistou o nome no mercado — afinal é a editora apostando no seu nome, na sua história e no seu potencial. Talvez essa seja uma das maiores ilusões que um autor no início de sua carreira possa criar: ser um autor não se resume a escrever seu livro, é também sobre fazê-lo crescer, divulgar e correr atrás para o próprio reconhecimento.
Outro ponto é que algumas editoras (principalmente as menores) não publicam gratuitamente — elas estão apostando na sua história e precisam de algo não apenas como garantia, mas como uma ajuda para o projeto acontecer. No geral um valor é cobrado no contrato, e esse valor varia dependendo do tamanho do livro, da qualidade em que o livro será impresso e também vária de instituição para instituição — porque existem formas diferentes de editoras lucrarem.
Mas então qual seria a diferença entre publicar de maneira independente e publicar através de uma editora?
Não existe uma maneira pior do que a outra, existem formas que vão lhe atender melhor. Se já é difícil fazer seu trabalho crescer através de uma editora — onde esperamos encontrar apoio na divulgação, um processo qualificado e especializado para a impressão do livro e uma forma de suporte (que vai desde colocar os livros em livrarias à tirar dúvidas, auxiliar e comunicar em todos os processos, além dos processos jurídicos, incluindo ISBN, direito autoral, etc.) —, certamente, coordenar tudo sozinho pode ser algo mais trabalhoso, embora tenha-se liberdade completa sobre a produção do livro.
Após terminar de escrever Coração Mecânico, enviei o original — na formatação devida — para algumas instituições editoriais que eu tinha o conhecimento, tanto da prestação de serviço quanto para a qualidade dos produtos. Após algum tempo comecei a receber respostas e propostas de cada instituição e então foi minha vez de avaliar qual proposta melhor me atendia — desde o preço do serviço contratado até o que o serviço incluiria. E foi assim que eu optei pela Editora Xeque-Matte, que, além de ter um trabalho de qualidade gráfica e de atendimento, me cobrou um valor bem acessível.”
Planos pro futuro do livro físico:
“Recentemente realizei o lançamento de Coração Mecânico na livraria Leitura, em Juiz de Fora. E, embora a publicação tão recente do primeiro livro, já estou escrevendo a continuação (sem nome oficial ainda). Mas, além de continuar divulgando e trabalhando para o nome ser reconhecido, ainda não tenho planos para o futuro do livro já publicado.
Outra parte difícil como autor iniciante, com um nome pouco formado no meio literário, é o apoio externo para a divulgação do trabalho. Organizações de eventos maiores são complicadas quando não se tem um investimento financeiro para tal, sendo assim, autores que estão iniciando seu trabalho agora, como eu, ficam mais por conta de convites para alguns tipos de eventos — como por exemplo, a Bienal do Livro, ou Feiras Literárias —, que ainda assim é necessário ter um nome maior para ser notado e ter algum tipo de destaque no mercado literário.”
Coração Mecânico já está à venda e pode ser adquirido no site da Editora e em algumas livrarias em
Juiz de Fora (Banca do Vasco, Livraria Brasil, Livraria Ca d’Ori e Leitura).
(https://www.loja.editoraxequematte.com)